segunda-feira, 19 de maio de 2014

Antiga Companhia de Gás de Belém



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No tempo em que a avenida se chamava Estrada de Conselheiro Furtado e que a Praça Amazonas era o “Largo de São José” – isso quando os bondes e trens ainda circulavam pela cidade de Belém, que só tinha 60 ruas e a iluminação pública era feita através de azeite de andiroba e gás carbônico-, um grande galpão industrial de ferro fundido, estrutura européia, foi montado, exatamente, naquele largo. Era o final do século XIX e início do Ciclo da Borracha.
No galpão, onde hoje está a Importadora Veículos, na atual Praça Amazonas, funcionava a Cia. de Gás de Belém (Gasômetro), responsável pela iluminação da cidade. A estrutura do galpão onde o Gasômetro funcionava,  segura por pilares de ferro fundido que garantem 1200 m2 de vão livre, continua firme até hoje, mais de 149 anos depois. Em 1995, ainda que o lodo, a ferrugem e as trepadeiras tenham tomado conta das vigas, ainda que metade do galpão esteja há nos destelhado, à mercê do sol e das chuvas amazônicas. Na década de 20, com a chegada da energia elétrica, o galpão foi desativado e ficou sem utilidade. Passou pela mãos  de vários donos e, por sorte, não virou sucata.
Em 1995, os proprietários da Importadora  Veículos pretendiam aproveitar o terreno onde ficava o galpão absolutamente ocioso. Chamaram técnicos da Chevrolet que, ao verem o galpão, se apaixonaram: queriam levar a estrutura para São Paulo, recuperá-la e usar seu charme por lá. Mas os empresários, que sequer sabiam do valor histórico do local, procuraram o arquiteto e secretário de Cultura do estado Paulo Chaves, para que os esclarecesse sobre o galpão.
Após semanas de pesquisa, a história foi redescoberta. Depois de algumas negociações, os empresários decidiram doar o galpão para o governo do estado.

(Este artigo foi extraído do Jornal O LIBERAL de 28/007/1995), não há citação de autor do texto, nem do fotógrafo.

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